sábado, 6 de novembro de 2010

Chile X Peru : Quem é o "Pai "do PISCO?

A "guerra etílica" entre Chile e Peru


Para quem não sabe quase nada sobre o destilado de mosto de uva, é preciso adiantar: esta é uma bebida que move uma batalha histórica. Para começo de conversa, é preciso lembrar que um pedacinho do que hoje é o Chile já foi território peruano na época da colonização espanhola. Quando os dois países foram separados, o pisco ficou, digamos, no meio do caminho entre os dois territórios. Por isso, chilenos e peruanos disputam sua paternidade e o uso da nomenclatura, que significa “pássaro” na língua inca quéchua, uma referência às ânforas utilizadas no século XVI para armazenar a bebida.

O Peru defende ser o berço do pisco e ter as primeiras destilarias da bebida documentadas. Ali, até hoje o pisco só pode ser feito em uma zona litorânea delimitada, extremamente seca e com ampla oscilação térmica – com mais de 30 graus de dia e cerca de 8 à noite. Segundo o especialista Johnnie Shuler, que assumiu o papel de embaixador do pisco dentro e fora do país, essa condição climática permite que as uvas fiquem doces o suficiente para produzirem um pisco de qualidade.

“Por causa dessa concentração de açúcar, nosso pisco é a única bebida de todas que pode ser destilada uma só vez e já atingir a graduação alcoólica de consumo, de 38% a 48%”, defende. O especialista reforça que no caso do pisco chileno, como em tantos outros tipos de aguardentes, a bebida é destilada duas vezes e retificada (tem água acrescida para diminuir o teor alcoólico, que chega a 70% depois da segunda destilação).

Este processo único, somado a uma seleção de uvas específicas para a produção, seria a razão pelo pisco peruano ter um “bouquet” mais sutil e uma coloração cristalina – já que os aromas são adquiridos na própria destilação e o líquido não passa por madeira. O pisco chileno, por sua vez, usa mais frequentemente as uvas moscatel e torontel e geralmente é envelhecido em barris de madeira, que vão conferir cor e sabor.

Para os peruanos, o pisco é uma denominação de origem controlada, como é a tequila e o champanhe, feitos sob regras rígidas em regiões específicas, ao passo que os chilenos consideram que essa é a nomenclatura válida para o destilado feito a partir do mosto da uva – e não do bagaço que sobra da produção vinífera, como acontece com a grappa. Em desacordo com o que julgam uma “apropriação” da nomenclatura pelos vizinhos, peruanos brigam na OIV (International Organisation of Vine and Wine) para fazer do pisco um produto DOC.

Pisco Sour

Ingredientes:

150ml de pisco
50ml de suco de limão
50ml de xarope de açúcar*
1 clara de ovo
3 gostas de angostura

*Xarope de açúcar
Misture 25 gramas de açúcar refinado em 25ml de água. Aqueça em fogo baixo e antes de levantar fervura, assim que estiver diluído, retire do fogo e espere esfriar.

Modo de Preparo:
Na coqueteleira, acrescente o pisco, o suco de limão, o xarope de açúcar e a clara de ovo. Bata todos os ingredientes. Coloque em um copo e decore com 3 gotas de Angostura. Gelo a gosto.

Receita do restaurante La Mar, em São Paulo

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