sexta-feira, 2 de julho de 2010

DENÚNCIA (atualizado): Datafolha e Ibope planejam fraude


.DENÚNCIA (atualizado): Datafolha e Ibope planejam fraude


Posted by eduguim on 7/01/10 • Categorized as Últimas notícias

Recebi uma denúncia de fonte que não quer se identificar e que repercuto porque estará comprovada ou não em muito pouco tempo.

Serei curto e grosso: Datafolha, Ibope e o PSDB teriam acertado o uso das margens de erro dos dois institutos para fazer com que Dilma e Serra voltem à situação de empate técnico.

Segundo a denúncia, apesar da investigação da Polícia Federal sobre os institutos de pesquisa, a margem de erro poderá ser usada , pois não haveria como comprovar seu uso.

A comprovação da fraude se dará se tanto Ibope quanto Datafolha apresentarem o mesmo resultado, ou seja, empate técnico nos dois institutos, porém dentro da margem de erro.

O objetivo da fraude seria o de estancar a fuga de recursos financeiros da candidatura de Serra que se agravou depois da pesquisa Datafolha de junho, que mostrou o tucano empatado com Dilma.

De qualquer forma, o Movimento dos Sem Mídia já estava se preparando para oferecer mais evidências de fraude não só ao Ministério Público, mas, também, à Polícia Federal.

A possível nova fraude só reforçará nossa argumentação.

Atualizado às 23h19m

 
Blog da Cidadania

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Fim de Noite

Relicário - cássia eller e nando reis


Sem sorte, sem arte e sem bater um bolão

Maria Inês Nassif, no Valor Econômico, via blog do Nassif


Um velho amigo jornalista, o José Roberto de Alencar e Silva, resolveu ser setorista de paraíso há uns anos e de forma pouco leal: um cara que nunca teve saúde, convenhamos que não podia simplesmente ter se livrado da pouca que tinha sem preparar muito bem seu séquito de irmãos, irmãos tortos, amigos, ex-mulheres, namoradas, ex-namoradas, que continuam irredutivelmente órfãos dele. Pois bem, Alencar tinha um humor invejável e um texto maravilhoso, usados especialmente quando as situações eram muito ruins. Para contar histórias de “furos” – fantásticos, inacreditáveis, cujo script era sempre um “causo” comprido de narrador mineiro -, o Zezão escreveu o “Sorte e Arte”. Botava a sorte na frente da arte, para não parecer que se achava com mais arte do que sorte – coisa antipática esta, de achar que você é tão Deus do “furo” que ele chega à sua mão trazido pela sua genialidade, sem que nada se tenha interposto entre ela e o pedaço de papel que vai estar na banca amanhã, e depois de amanhã sabe-se lá que volta vai dar para cumprir uma outra função muito distante daquela de informar distintos leitores que os tempos são bicudos mas que as coisas podem melhorar – ou piorar, vai saber.

Nesses três últimos dias que o DEM e o PSDB se separaram mais uma vez (eles racharam em 2002, lembram-se?) fiquei pensando no Zezão. Será que ele atribuiria o fracasso da aliança do DEM com José Serra à falta de sorte, ou à falta de arte, do próprio Serra, na impossibilidade de atribuir a um jornalista a sorte ou a arte de dar um furo sobre o azar da aliança oposicionista? Acho que, na cabeça do Zé (o meu amigo), a avaliação seria a de que faltou inteligência, tato; sobrou uma certa arrogância; passou pela frente também um espelho daqueles de parque de diversões, que mostra pessoas e coisas muito maiores do que elas são. Se o Zé (o Alencar) não tivesse tido a infeliz ideia de ver se tem alguma notícia relevante no céu, acho que ele iria ficar pasmo com a falta de sorte e a falta de arte dos personagens das notícias aqui do nosso pedaço.

Aqui conversando com o Zé (Alencar, bem entendido), o que mais me intriga é o espelho de aumento. Quando puxaram o tapete do DEM, lançando pelo twitter do Roberto Jefferson (PTB-RJ) – vejam só, do Roberto Jefferson – o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para vice de Serra, o PSDB agiu como se o DEM não tivesse qualquer opção a não ser estar com ele, em qualquer circunstância. Isto é, que o ex-PFL era tão destituído de sorte e de arte que tinha mesmo era de comer o prato feito, e de sobremesa a observação do miniblog de Jefferson, de que “o DEM é um partido de m…”

Daí, a realidade, que não depende nem de sorte, nem de arte, em algum momento aparece. O DEM elegeu 65 deputados em 2006. O PSDB elegeu 66. Os dois têm direito rigorosamente ao mesmo tempo de propaganda eleitoral gratuita que o outro. O PTB, que agiu com toda a desenvoltura a que está acostumado Jefferson, carrega para a coligação 22 deputados. O tempo de televisão e rádio é proporcional à bancada eleita em 2006. Seria uma arte conseguir, por meio dessa aritmética esquisita onde os 66 do PSDB passaram a valer muito mais do que os 65 do DEM, uma aliança em torno de uma chapa puro sangue com Álvaro Dias, o senador do Paraná cujo irmão, Osmar, é do PDT e vai se coligar com a candidata do PT, Dilma Rousseff. Seria também uma baita sorte. Não foi nem uma coisa, nem outra. Nem azar foi. O espelhão do circo deu ao PSDB uma ideia muito maior do que a que tinha sobre si mesmo. O Serra agiu por impulso. E a candidatura de Dias durou alguma coisa próxima a três dias.

Pois bem, o Zé que infelizmente não está aqui veria também o lado do DEM. Como o espelho deles não os diminuiu; como o partido tem consciência de que ele e o PSDB estão em situações muito ruim (ninguém pode se gabar nem um pouquinho do outro); como não lhes sobrou muita alternativa senão brigar pela vice – e olha, tem gente que nem queria brigar nada, bastava continuar do lado do Serra -, o DEM deu a volta por cima e conseguiu um vice. Sem qualquer uso de sorte ou arte. No grito, simplesmente. Se tivesse feito arte, o resultado teria que ser melhor do que um Índio da Costa (DEM-RJ). Mas daí é pedir muito: é torcer para o dono da bola, José Serra, ser um artista, e para a bola, por pura sorte, ser depositada nos pés do time. É pedir demais.

Ainda mais sabendo que o candidato Serra agiu sem sorte, e sem arte, em 2002, com situações, aliás, tão favoráveis a ele, que um pouquinho de arte teria ajudado muito. No mês de junho de 2002, quando os partidos se preparavam para fazer as convenções que oficializariam os candidatos a presidente, Serra foi o alvo de uma campanha de correligionários, destinada a tirá-lo da disputa. Os fiéis aliados do mercado financeiro e do mundo da economia, que vinham de uma lua de mel com Fernando Henrique Cardoso, armaram um “balão de ensaio” para tirá-lo do páreo. O balão é um boato que você espalha na mídia para ver se cola junto ao eleitor e junto ao partido. Se colar, vira fato. Serra, que já havia passado por cima de uma candidatura do então PFL, a de Roseana Sarney (MA), e comprado uma briga feia com Tasso Jereissati para ser o candidato de seu partido à Presidência, bancou sua pretensão. O balão furou. Sem nenhuma sorte, e sem nenhuma arte.

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Luis Nassif on Line

PSDB e DEM selam acordo sobre o vice na chapa de Serra

Índio da Costa tem 39 anos, é formado em direito, foi vereador por três legislaturas e Secretário Municipal de Administração no Rio. A indicação foi uma surpresa, até para ele mesmo.

A elite não perdoa o fiasco de Serra

Enquanto havia esperanças, a pauleira da grande mídia era toda em Dilma. Ela era “o poste”, a autoritária, a indicada autoritariamente por Lula, etc, etc…E Serra, o capaz, o competente, o “pode mais”.


Agora, com a derrocada de Serra, os jornalões já o tratam com uma violência que faz com que nós, seus opositores, pareçamos até diplomáticos.

A gota d’água foi este tragicômico episódio da “escolha” do vice.

Talvez, até, em lugar de gota d’água, pá de cal seja a expressão mais adequada.


O artigo de Josias de Souza na Folha de hoje é absolutamente impiedoso com a falecida candidatura Serra.

“Envolto em atmosfera de volúpia e traição, o presidenciável tucano converteu a escolha de seu vice num striptease autofágico.”

“Súbito, o DEM, aliado de todas as horas, tornou-se, por assim dizer, um corno cibernético. Com a alcova sob holofotes, Serra portou-se com inocência inaudita. Imaginou que o DEM aceitaria o papel de mulher traída que evita um rompimento em nome da integridade da família.”

“Dono de estilo “indiocentrista”, Serra imaginou-se capaz de trafegar pela selva de sua coligação com distanciamento de antropólogo.”

“No Big Brother do tucanato, os morubixabas do DEM levaram Serra não ao paredão, mas ao caldeirão. Obrigaram-no a regurgitar Álvaro Dias e atravessaram-lhe Indio da Costa na traqueia.

De erro em erro, Serra virou uma espécie de bispo Sardinha da era da internet. Em autofagia pública, foi mastigado pelos caetés do DEM à luz do twitter.”

A política, para a direita, é feita de personagens descartáveis. Um a um ela os vai dispensando à medida em que perdem sua utilidade. E mais ainda isso ocorre quando estes personagens trafegaram da esquerda para o lado do conservadorismo, emprestando-lhes uma máscara que, durante algum tempo, pôde enganar alguns.

Quando se encontram nus e fracos, quando perderam a utilidade, são impiedosamente lançados ao lugar que lhes cabe na História.

Os caetés da mídia vão mastigar o Serra que sobrou depois dos caetés do DEM, ao ponto de fazer também estes parecerem piedosos.

Tijolaco

O suicídio lento do DEM

Enviado por luisnassif, qui, 01/07/2010 - 12:08


No dia anterior ao da convenção do DEM, conversei com João Francisco Meira, do Vox Populi, e com a Maria Inês Nassif. Inês talvez seja a jornalista que mais conheça o DEM – acompanhou o nascimento do PFL, quando repórter política em Brasília. Entende como ninguém a lógica pragmática do partido – o que não significa que concorde.

A visão da Inês era objetiva. O DEM não sobrevive longe do poder. Desde 2002 sua bancada vem caindo sistematicamente. O fato de estar amarrada a uma candidatura com baixa perspectiva de vitória compromete ainda mais seu futuro.

A atropelada de que foi alvo, com a indicação de Álvaro Dias, poderia ter sido sua saída. Se o partido ainda dispusesse das raposas do passado, aproveitaria para não formalizar a coalizão com o PSDB e trataria de se aproximar da candidata vencedora -caso houvesse segundo turno - preservando sua estrutura para a futura recomposição partidária no país.

A posição de João Francisco é similar. O quadro partidário exige um partido de centro-direita moderno. O espaço está vago. Era hora do DEM pensar estrategicamente e se preservar para ocupar esse espaço, já que Serra tentou ocupar em vão: perdeu a confiança da centro-esquerda sem conquistar a da direita.

Mas não adiantou: a esperteza pessoal de César Maia prevaleceu sobre a lógica partidária. Com a candidatura de Índio da Costa, Maia afastou um candidato a deputado que poderia dividir o eleitorado com seu filho Rodrigo Maia – como bem explicou a vereadora Andrea Gouvea Vieira.

Para o DEM, a eventual consolidação de César e de Índio no Rio será a morte lenta. Terá dois centros arrecadadores – São Paulo e Rio – ambos funcionando como departamentos estanques: Kassab é visto como linha auxiliar do PSDB; e César Maia como linha auxiliar dele próprio

Luis Nassif on Line

Da série "Índio faz colunista sofrer"

Enviado por luisnassif, qui, 01/07/2010 - 08:51


O jornalista Merval Pereira é amigo da vereadora Andréa Gouvea Vieira. Se não me engano, são contraparentes. Ambos fazem parte da militância carioca mais aguerrida do governador José Serra, que se junta em torno do Márcio Fortes e do Ronaldo César Coelho. Ontem, Andréa fulminou o Índio da Costa com acusações de manipulação de licitação de merenda escolar. A blogosfera repercutiu e a militância petista espalhou. O que fazer: fulminar os críticos de Índio e atingir a amiga Andrea ou apoiar a amiga Andrea e dar razão aos críticos de Índio?

Ficou assim:

"E nem mesmo as acusações contra ele levantadas pela CPI da Merenda Escolar, na Câmara de Vereadores do Rio, são conclusivas a ponto de alguém poder afirmar que ele não tem a ficha tão limpa assim como querem alardear os tucanos e democratas.

Só mesmo militantes energúmenos utilizam tais argumentos.

Mesmo que as coincidências entre os preços oferecidos pela fornecedora vencedora nas licitações, quando Indio da Costa era secretário de Administração da prefeitura do Rio, sejam bastante estranhas.

Sem ter, teoricamente, informações sobre os outros preços, a fornecedora sempre apresentou descontos quando tinha concorrentes, mantendo o preço cheio naquelas licitações em que ninguém disputava o fornecimento.

Foi como acertar na MegaSena, comenta a vereadora do PSDB do Rio Andrea Gouvêa Vieira, relatora da CPI."

Lembra o famoso telegrama de José Carlos de Macedo Soares (interventor em São Paulo) a Getúlio Vargas, para anunciar a entrada do estado na revolução de 32. Depois de falar da fibra e da honra do paulista, terminava assim: "Minha esposa manda lembranças para dona Darcy".

De O Globo

Comédia de erros

Merval Pereira

A sucessão de trapalhadas que levou à escolha equivocada do deputado federal do DEM Indio da Costa como companheiro de chapa do tucano José Serra só demonstra como o PSDB não está preparado para uma disputa que poderia ser difícil para o governo — mesmo com toda a máquina voltada para a tarefa de eleger Dilma Rousseff, geralmente de maneira ilegal —, mas está sendo facilitada pelos erros do adversário.

A escolha do vice de Dilma recaiu sobre o presidente do PMDB, Michel Temer, o que garantiu a unidade do partido e preciosos minutos de televisão.

Os defeitos e as eventuais virtudes do deputado não fazem a menor diferença neste jogo em que o pragmatismo político prevalece para somar alguma coisa à candidatura principal.

Indio da Costa, em seu primeiro mandato federal, supostamente foi escolhido por ser jovem e ter sido o relator do projeto Ficha Limpa, o que lhe daria uma boa imagem junto ao eleitorado.

Uma jogada marqueteira simplória, pois sua história política não tem a menor consistência para alçálo ao segundo posto mais importante na hierarquia política do país.

Nem ele parece preparado para assumir a Presidência da República em caso de necessidade, que é, afinal, para o que servem os vice-presidentes no Brasil.

Fora disso, precisam "não trazer a porrinhação", na definição do próprio Serra.

Não tem a menor importância o fato de ele ter sido genro do banqueiro Cacciola, como berram os militantes petistas na internet.

E nem mesmo as acusações contra ele levantadas pela CPI da Merenda Escolar, na Câmara de Vereadores do Rio, são conclusivas a ponto de alguém poder afirmar que ele não tem a ficha tão limpa assim como querem alardear os tucanos e democratas.

Só mesmo militantes energúmenos utilizam tais argumentos.

Mesmo que as coincidências entre os preços oferecidos pela fornecedora vencedora nas licitações, quando Indio da Costa era secretário de Administração da prefeitura do Rio, sejam bastante estranhas.

Sem ter, teoricamente, informações sobre os outros preços, a fornecedora sempre apresentou descontos quando tinha concorrentes, mantendo o preço cheio naquelas licitações em que ninguém disputava o fornecimento.

Foi como acertar na MegaSena, comenta a vereadora do PSDB do Rio Andrea Gouvêa Vieira, relatora da CPI.

Os resultados da CPI estão no Ministério Público.

O mais grave na escolha deste deputado federal de primeiro mandato é que ele não agrega um voto sequer à candidatura de Serra no Rio de Janeiro.

Como parte do grupo político do ex-prefeito Cesar Maia, ele foi "prefeitinho" de Jacarepaguá, assessor do gabinete do prefeito antes de ser secretário de Administração.

Eleito vereador três vezes, em 2006 chegou à Câmara.

Qualquer influência eleitoral que tenha está contabilizada no apoio que o DEM dá no Rio à candidatura Serra, em troca de o ex-prefeito Cesar Maia ser o candidato ao Senado da coligação.

A presença de Maia na chapa, aliás, já provocou uma crise com o Partido Verde, e, agora, o reforço de seu grupo na coligação está provocando reações na bancada do PSDB, onde se acusa o presidente do DEM, Rodrigo Maia, de ter trabalhado por essa solução para se livrar de um concorrente na disputa por vagas para deputado federal do Rio.

Concorrente, aliás, com quem não se dá bem politicamente, justamente pela disputa de espaço político.

Da mesma maneira que aconteceu com o hoje prefeito do Rio, Eduardo Paes, que fazia parte do mesmo grupo político de Cesar Maia nos primórdios do primeiro governo na prefeitura do Rio.

Paes começou como "prefeitinho" de Jacarepaguá e terminou secretário no mesmo grupo
 de Índio da Costa.

Ontem, ao saber da escolha, Paes, que ainda mantém relações cordiais com José Serra desde que foi secretáriogeral do PSDB, mostrou-se espantado.

Foi visto às gargalhadas no Palácio da Cidade.

Como contraponto, talvez Serra tenha acertado com um público que não está muito ligado na política tradicional, a quem o jovem Indio da Costa se ligou durante a campanha da Ficha Limpa através dos novos meios de comunicação, como a internet, o Twitter, o Facebook.

Há quem tenha gostado, porque a escolha surpreendeu; porque ele tem uma "cara" de político diferente de todas as que estão aí; porque tem por trás milhões de assinaturas favoráveis a uma volta a valores éticos; porque é a cara do Rio e acena com uma "terceira via".

Foi o rolo compressor do governo, que atuou a todo vapor na madrugada para evitar que o senador Osmar Dias, do PDT, fechasse um acordo no Paraná com a oposição, que, paradoxalmente, salvou a aliança PSDB/DEM e evitou que José Serra ficasse sem 3 minutos e tanto de tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão — o que praticamente inviabilizaria sua candidatura à Presidência.

O apetite do presidente Lula é tamanho que nem mesmo o pequeno (em termos de tempo de propaganda) PSC escapou.

Tendo feito um acordo, meses atrás, para apoiar a candidatura do tucano Serra, o presidente do Partido Social Cristão (PSC), pastor Everaldo, foi cooptado pelo governo sabe-se lá com que argumentos, além do puro imediatismo esperto diante dos números das últimas pesquisas que apontam a candidata oficial Dilma Rousseff à frente.

Tanto esforço de última hora para ganhar apenas 18 segundos de televisão demonstra bem como o governo pretende reduzir ao máximo a chance de a oposição ter condições de disputar a sucessão de Lula.

E conta com os erros do adversário, assim como, hoje, a sorte da candidatura de Serra depende muito mais dos erros da candidata oficial e seus "aloprados".

Luis Nassif on Line

ESTUDAREI BASTANTE O BRASIL, DIZ ÍNDIO, VICE DE SERRA

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, encerrou há pouco entrevista coletiva em que apresentou seu vice Índio da Costa à imprensa. A principal preocupação do tucano foi demonstrar que o deputado, apesar de jovem, segundo ele, tem vasta experiência administrativa, tendo sido secretário de administração da prefeitura do Rio de Janeiro por cinco anos. “O nosso Índio é um político da nova geração”, anunciou Serra, acrescentando que o deputado é “especialista em administração pública, mas não terminou o mestrado”.


Assim que o encontrou, Serra pediu explicação para uma pergunta que lhe fizeram: se Índio da Costa tinha sido namorado Daniela Cicarelli. O vice esclareceu que seu primo é que tinha se relacionado com a modelo. “Se alguém não gostou, deve ter sido por inveja”, brincou Serra.

O próprio deputado, no entanto, ao discursar, admitiu que precisa se aplicar nas questões nacionais: “estudarei bastante o Brasil”, prometeu, acrescentando que conhece muito os problemas da cidade do Rio de Janeiro, principalmente os relacionados a creches e escolas. Costa mencionou ainda a experiência que teve ao acompanhar a gestão do prefeito de Nova York.

Serra ressaltou que a pouca idade do deputado, que tem 39 anos, não será problema. Mas, acabou comparando-a à própria experiência. “Quando minha filha faz aniversário, eu costumo dizer a ela: ‘com a sua idade, eu já fazia tal coisa’. No seu caso, com quarenta anos, eu já tinha 16 de exílio nas costas e me preparava para ser secretário do governo Montoro”, declarou, involuntariamente destacando a modesta experiência do agora companheiro de chapa.

Serra respondeu a apenas três perguntas e garantiu que não restaram seqüelas do episódio da escolha do vice: “o importante agora é olhar para frente, é avançar”. Quanto aos demais membros da aliança, o candidato destacou quem o PPS, de Roberto Freire, aprovou a escolha de Costa, mas não mencionou, contudo, o PTB, de Roberto Jefferson, que não compareceu à apresentação do vice.

Lingua de Trapo

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Fim de Noite

dessa vez - nando reis

Indio da Costa

O vice é o homem da merenda? Leia o próprio PSDB


O Blog do Noblat acaba de anunciar que o vice do Serra será o deputado Índio da Costa, do DEM. Apresenta-o como o relator do ficha-limpa. Mas não é bem assim. Ele foi um dos alvos da CPI na Câmara dos Vereadores que investigou superfaturamento e má-qualidade nos alimentos comprados para a merenda escolar, quasndo eu ainda era vereador. A CPI foi pedida pelo meu amigo e deputado Edson santos (PT) e relatada pela – atenção – vereadora tucana  Andrea Gouvêa Vieira. Vou transcrever o texto que está numa das páginas dela na internet, de onde tirei também a ilustração:

O relatório de Andrea concluiu que a licitação para a compra de gêneros alimentícios para a merenda, entre julho de 2005 e junho de 2006, realizada pela Secretaria Municipal de Administração e pela Secretaria Municipal de Educação, no valor de R$ 75.204.984,02, causaram prejuízo aos cofres públicos. 99% do fornecimento ficaram concentrados numa única empresa, a Comercial Milano, que apresentou uma engenhosa combinação de preços em suas propostas. A licitação ocorreu num único dia, mas foi dividida 10 coordenadorias de educação (CREs). O “curioso” foi que esta empresa ofertou preços diferentes para o mesmo alimento. O preço do frango da proposta da Milano, por exemplo, para Santa Cruz, era cerca de 30 % mais caro do que o preço ofertado para Campo Grande. Detalhe: em Santa Cruz a Milano não teve concorrentes e em Campo Grande sim. Como ela soube da falta de concorrentes, um mistério. E a Prefeitura aceitou isso! Pagou à mesma empresa, pela mesma mercadoria, preços muito diferentes. Essa foi a característica geral dessa licitação: uma combinação de preços que otimizaram os ganhos de uma única empresa fornecedora em prejuízo dos cofres públicos. Na primeira parte do relatório, a CPI concluiu que o então Secretário de Administração, Índio da Costa, deveria ter cancelado a licitação porque as regras do edital levaram a um resultado que contrariou o objetivo inicial de atrair dezenas de pequenos comerciantes locais a vender para as escolas dos bairros, descentralizando o fornecimento, e pelo melhor preço. Ao contrário, a licitação acabou por provocar a maior concentração de entrega de gêneros alimentícios na história da merenda escolar.


Tijolaço

Mudar ou continuar

Marcos Coimbra
Correio Braziliense - 30/06/2010
Já faz algum tempo, começou a se generalizar no meio político a convicção de que Dilma vai ganhar as eleições. Embora nem todos admitam, é o que pensam até as principais lideranças da oposição, assim como a quase totalidade dos formadores de opinião e da imprensa.
Para consumo externo, continuam a dizer que o processo está aberto, que nada está definido.
Mas não é o que, no íntimo, acreditam que vai acontecer.
Do lado governista, nem se fala. Não é de agora que os principais estrategistas do Planalto e do PT trabalham com o cenário de crescimento e vitória da candidata de Lula. A rigor, é nisso que apostam desde 2008, quando o presidente deixou claras duas coisas: que ele próprio não tentaria mudar as regras do jogo para disputar um terceiro mandato; e que achava que conseguiria ganhar as eleições com alguém que o representasse.
Tudo que está acontecendo na sua sucessão, até o momento, confirma seu cálculo. Ele não se baseava no que diziam as pesquisas sobre as intenções de voto do conjunto do eleitorado. Ao contrário, o raciocínio sempre foi sobre o potencial de crescimento de uma candidatura identificada com ele e com o governo, avaliados, pela grande maioria da população, como ótimos ou bons.
Nunca foi relevante considerar os resultados agregados das pesquisas (normalmente os que a imprensa divulga), pois misturavam respostas de quem sabia e quem não sabia qual era a candidatura apoiada por Lula. Enquanto não aumentasse a proporção dos que tinham essa informação, a vantagem de Serra era ilusória e não preocupava quem, no PT, sabia fazer as contas.
É de se notar que, na oposição, as pessoas pensaram de maneira oposta. A opção por Serra, em detrimento de Aécio, mostrou que ela preferia escolher em função do desempenho presente dos pré-candidatos, deixando em segundo plano seu potencial de crescimento. Serra prevaleceu pelo patamar de largada, não pela perspectiva de chegada.
Há quem defenda que é cedo para decretar que a eleição está resolvida. De fato, é preciso admitir que muita água ainda pode rolar por baixo da ponte.
Não é impossível que Dilma, sua campanha, seus apoiadores e o vasto conjunto de forças políticas mobilizadas para elegê-la cometam erros calamitosos.
É, apenas, pouco provável.
Em função da possibilidade cada vez mais concreta de que Dilma venha a ganhar (talvez já no primeiro turno), alguns setores da oposição andam à cata de novos argumentos para tentar convencer os eleitores a mudar de ideia. Um dos mais engraçados tem a ver com o conceito de alternância do poder.
Trata-se da tese de que é bom, para a democracia, que as eleições ensejem a mudança do partido ou da coalizão que está no poder, assim permitindo que ocorra uma salutar alternância de pontos de vista e de prioridades.
A continuidade seria ruim, ao impedir que novas agendas sejam discutidas e que outras políticas, mais adequadas a um novo momento, sejam formuladas.
O ápice dessa argumentação aconteceu outro dia, quando uma importante revista semanal entrevistou o candidato do PSDB e perguntou "por que é positivo" para "a democracia brasileira" experimentar "uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula".
Difícil imaginar algo mais sem sentido, a começar pelo fato da pergunta ser feita ao candidato interessado na alternância. É o mesmo que perguntar ao macaco se quer banana.
Ou alguém supõe que Serra diria que o melhor, para o país, é a continuidade? Mas o importante não é isso. A democracia não está na ideia abstrata de alternância. Para o ideal democrático, o relevante não é o conteúdo da escolha.
Tanto faz que os cidadãos prefiram continuar ou mudar. O que torna uma sociedade democrática é haver instituições que assegurem, a cada cidadão, a possibilidade real de escolher.
Se a maioria da sociedade brasileira quer a continuidade e votará em Dilma, é bom que todos se acostumem — incluindo os que querem a alternância. Em si, ela só é importante como uma possibilidade. Se não, nem seria preciso haver eleições. Bastaria trocar o governo a cada período estipulado. (O problema é que ninguém saberia como fazê-lo.)


Luis Nassif on Line

Jefferson diz que só PTB é 100% fiel a Serra

Depois de ter jogado gasolina na fogueira anunciando que Álvaro Dias seria o vice de Serra e que o DEM era – perdoem, é a expressão que ele usou – “uma merda”, Roberto Jefferson diz em seu blog, ao contrário do que todo mundo está vendo, que esta confusão em torno do vice mostra a “força da candidatura de Serra, afinal, ninguém joga pedra em árvore que não dá fruto. O PSDB, porém, optou pelo nome do senador tucano Álvaro Dias. E tudo bem, pois, com o PTB, Serra sabe que pode contar. O resto é firula.” Eu faço votos que siga assim, com o Jefferson sendo o padrinho da união Serra-Dias, porque a gente pode ilustrar mais claramente as coisas. Ainda mais que Jefferson está sugerindo no mesmo blog, uma ofensiva serrista na internet.

Tijolaço

O último a sair apaga a luz

Depois que os tucanos escolheram Álvaro Dias como vice de Serra, a convenção do DEM, que já não seria grandes coisas, esvaziou ainda mais. Hoje, funcionários do hotel onde acontecerá a convenção, em Brasília, retiraram 100 das 300 cadeiras do auditório, já que a expectativa é de audiência minguada.  Pelo menos é o que registra a Folha de S.Paulo.
A única coisa que restava ao DEM era indicar o vice da aliança que integra há 16 anos, mas com a rasteira que levou dos tucanos, a convenção só serve para ver se tem peito de romper com o PSDB e tomar outro caminho.
Serra incluiu o encontro na sua agenda, mas não sabe se será bem-vindo. Fernando Henrique Cardoso, chamado para apagar o incêndio entre os dois partidos, disse que o acordo dependia de amadurecimento, mas o entendimento entre as partes amadureceu tanto que caiu de maduro. Ao fim de um encontro hoje em São Paulo, não houve acordo.

Tijolaço

terça-feira, 29 de junho de 2010

Fim de Noite

Espatódea - nando reis

Dilma no Roda Viva







Serra uniu o DEM contra ele

Do Valor


PSDB não abre mão de Dias e DEM ameaça com rompimento

Maria Inês Nassif e Raquel Ulhôa, de São Paulo e Brasília

28/06/2010

Não é confortável a situação do candidato do PSDB a presidente, José Serra, depois que ele optou por uma chapa "puro sangue" e lançou o senador Álvaro Dias (PR) como seu candidato a vice. Se o PSDB não recuar e ceder a vice-presidência ao DEM, dificilmente conseguirá desarmar o mal-estar criado por essa decisão sem graves danos à candidatura tucana.

Uma alternativa estudada pelo DEM é a de não apoiar qualquer candidato a presidente, na convenção nacional de quarta-feira. Nesse caso, o tempo de propaganda eleitoral gratuita que a lei reserva ao partido seria dividido proporcionalmente entre os demais candidatos: a coligação da petista Dilma Rousseff ficaria com 65,11% do tempo do DEM na televisão e Serra, com 29,48%. A outra alternativa é lançar candidato próprio e, nos quase três minutos a que tem direito - tempo igual ao do PSDB -, fazer proselitismo partidário. "Assim nos fixamos como o partido da direita moderna", disse o ex-deputado Saulo Queiroz. Nas duas hipóteses, o tempo de propaganda gratuita de Serra cairia muito: com o apoio do DEM, disporia de 6m46s, enquanto Dilma teria 8 minutos. Com uma candidatura do DEM, cairia para 4m38s. Se não apoiar nenhum candidato, Dilma ganha mais, Serra perde muito. "O PSDB fica quase como uma candidatura nanica", disse um deputado que não quis se identificar.

Presidente do DEM, Rodrigo Maia, segundo uma fonte, chegou a consultar um advogado para se certificar das vantagens que o DEM teria com o lançamento de um candidato a vice, independente da concordância do PSDB. Seria inócuo para o DEM e uma bênção para os tucanos: o DEM ficaria sem a vice e o PSDB, com o horário eleitoral do DEM. A alternativa de não apoiar nenhum candidato sofre restrições ideológicas de parcela do partido. "Nessa hipótese, o DEM estará, pela lei, concedendo 29% do tempo a que teria na televisão para o PT, seu adversário histórico", afirmou o ex-deputado Saulo Queiroz. Um grupo do DEM insiste que lançar um candidato que se apresente como uma opção de "direita moderna", mesmo sem expectativa de vitória. Independente das posições que defendem os demais grupos, é majoritária a disposição de não compor com o PSDB nas condições que Serra quer. "O Serra uniu o DEM, contra ele", brincou um parlamentar. É grande o número de demistas que defende não recompor com o tucano mesmo que ele recue. Avaliam que foram humilhados. Não consideram que Dias supere os quadros apresentados pelo DEM para a chapa e ficaram sabendo da decisão por um "twitter" desaforado de Roberto Jefferson, réu confesso no caso do Mensalão do PT. "Se o escolhidos ainda fosse um dom Paulo Evaristo Arns, um Guga, um artista famoso ou um cientista genial, tudo bem, mas é o Álvaro Dias. Como ele, temos uns 30 ou 40 para oferecer ao PSDB", disse o senador Demóstenes Torres (GO). "Me agradaria estar do lado do Serra, mas não em qualquer condição", disse.

O PSDB pretende manter a escolha de Dias. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), tenta hoje "restabelecer a conversa" com o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). Eles devem se encontrar hoje, provavelmente em São Paulo. Existe a hipótese de que Serra entre no circuito das negociações.

O objetivo é buscar uma saída, pela via do entendimento. Lideranças do PSDB avaliam que o pior fato ocorrido nos últimos dias foi Maia ter tomado conhecimento da escolha pelo microblog de Jefferson. Apesar desse problema de condução, a escolha de Dias é tratada pelos tucanos como "irreversível".

Luis Nassif on Line

Serra e a surra da Jabulani!

Por Luiz Cláudio Cunha, no Blog do Noblat


Se a eleição fosse a Copa do Mundo, o placar desta semana mostraria que José Serra tomou um banho de jabulani − pelas costas e pelo meio das pernas − e viu seu time emplumado despencar do poleiro, goleado fragorosamente pela equipe da adversária Dilma Rousseff.

O placar impiedoso do último Ibope – Dilma 40, Serra 35 – é a primeira virada do PT no jogo bruto da sucessão. Menos pelas virtudes do time petista, mais pelos erros clamorosos do esquadrão tucano.

O problema maior de Serra, que ainda não tem equipe escalada e nem esquema de jogo, não é a adversária que já se fardou para a partida. O problemão de Serra nem vai entrar em campo, mas pode decidir o jogo ainda no primeiro tempo: a encrenca é Lula, o dono da bola, do time, do discurso e da candidata do PT, que surfa na aprovação pessoal de 85% da torcida brasileira.

O candidato do PSDB ainda tem que agüentar a estridente vuvuzela de uma economia em expansão que incha o pulmão do torcedor e forra o bolso do eleitor.

Em março, pouco mais da metade do respeitável público (58%) sabia que Dilma integrava o time de Lula, e ela então perdia para Serra por 38 a 33. Em junho, 73% da galera já sabiam que dona Dilma era a craque escalada por Lula – e a candidata do PT virou o jogo, apesar de Serra aparecer mais na TV.

Assim mesmo, quanto mais aparecia na telinha, mais crescia a rejeição de Serra (30%), superando a marca de antipatia de Dilma (23%).

A planilha do Ibope mostra que, a 100 dias da eleição de outubro, mais da metade dos eleitores (55%) ainda não conhecem, nem ouviram falar ou poucos sabem que Dilma é candidata de Lula. Sinal de que, nos 45 dias finais de campanha no rádio e na TV, a situação de Serra pode se agravar dramaticamente.

O tucano continua impondo seu jogo no sul do país, perde de goleada no Nordeste e começa a ceder o empate na zona do agrião – o Sudeste, onde estão as torcidas mais numerosas e que costumam decidir o campeonato.

Em todas as regiões do país, a aprovação popular do inventor de Dilma varia de 80% (sul) a 90% (nordeste), batendo em 84% no triângulo estratégico de Rio-São Paulo-Minas, onde se concentram 58 milhões dos 134 milhões de eleitores.

Serra, até agora preferido pelos eleitores mais ricos e de melhor instrução no Sul Maravilha, deve enfrentar dificuldades maiores no seu reduto: Lula tem 88% de aprovação no eleitorado que ganha até dois salários mínimos e já fatura 75% de popularidade entre os que ganham mais de 10 salários, justamente o ninho tucano.

A crônica indecisão tucana agravou o drama de Serra. Até escolher o senador Álvaro Dias como seu vice, no fim de semana, Serra hesitou entre oito nomes.

Fritou o favorito Aécio Neves, agora um jogador alijado cujo desinteresse explica o crescimento de Dilma nas montanhas decisivas de Minas Gerais. Cortejou o senador mineiro Francisco Dornelles, que acaba de levar seu PP para a neutralidade medida do “apoio informal” à candidata de Lula, gesto um pouco mais atrevido do que a “imparcialidade ativa” inventada pelo PMDB gaúcho para flutuar corajosamente entre Dilma e Serra.

Depois, o tucano negaceou entre Arruda, o governador preso por corrupção em Brasília, os deputados baianos José Carlos Aleluia e Benito Gama e uma inexpressiva vereadora tucana do Rio de Janeiro. Patrícia Amorim seria uma jogada de craque, sonhavam os tucanos, porque é a atual presidente do Flamengo, o clube de maior torcida do país.

Para dar certo, o gol de placa do palmeirense Serra teria que ser combinado também com os torcedores de Vasco, Fluminense, Corinthians, São Paulo, Atlético, Bahia, Barueri, Naviraense…

Álvaro Dias ganha a vice menos por suas virtudes como político e mais por ser irmão do também senador Osmar Dias, que ameaçava montar um palanque no Paraná para Dilma.

A manobra fraternal de Serra resgatou o apoio do mano desgarrado, mas isso nada tem a ver com firmeza ideológica. O lance perna-de-pau de Serra aconteceu na quarta-feira (23), quando ele fechou o apoio de nove partidos varzeanos de Brasília reunidos em torno do notório Joaquim Roriz.

Serra jogou no ralo qualquer preocupação ética ao receber o apoio do homem que resume, como poucos, o clima pantanoso da política brasileira. Roriz renunciou ao mandato de senador, em 2007, para não ser cassado por quebra do decoro em negócios escusos com o banco estatal do DF e é apontado pelo Ministério Público como a matriz do mensalão do DEM que levou Arruda e seus comparsas à cadeia.

No desespero dos números adversos, Serra tem olhos apenas para os 42% da pesquisa que dá a liderança em Brasília a Roriz, sem antever o desgaste que esta aliança moralmente rasteira sinaliza pelo país, onde o PSDB já teve que engolir o apoio de gente como Quércia e Maluf.

Neste charco eleitoreiro, Serra nivelou-se pelo oportunismo sem peias ao time de Dilma, que escalou craques de fichas encardidas e reconhecidas como Sarney, Renan, Garotinho, Collor, Jucá, Jáder e Zé Dirceu e seus 40 mensaleiros.

A flacidez moral de Serra, neste jogo de alianças a qualquer preço e a qualquer custo, mostra uma ambição que vai além de seu lema de campanha, o “Brasil que pode mais”. Agora com Roriz no bolso, Serra prova que pode ainda mais.

Serra pode tudo, Serra pode qualquer coisa.

Os ratos abandonam a canoa de Serra

por Altamiro Borges, em seu blog


Não é só o DEM, traído pela indicação atabalhoada do tucano Álvaro Dias para vice, que ameaça abandonar a campanha de José Serra, tirando-lhe preciosos minutos da propaganda eleitoral de rádio e TV. A recente pesquisa do Ibope, que confirmou a liderança de Dilma Rousseff, já está causando outras cenas que lembram os ratos fugindo do navio a deriva. O clima no ninho tucano é de desânimo e descontentamento com os rumos da campanha da oposição de direita.

Os jornalões conservadores noticiaram, sem maior alarde, algumas cenas curiosas neste final de semana. Em Minas Gerais, José Serra só foi citado uma única vez nos discursos de Aécio Neves e Antonio Anastasia, candidatos tucanos ao Senado e ao governo estadual. Já no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius não mencionou o seu nome em quase meia hora de discurso. Questionada, disse que “foi um lapso”. Outro tucano de alta plumagem, Tasso Jereissati também se esqueceu de citar José Serra no seu discurso de 23 minutos na convenção tucana do Ceará.

Os ausentes no “velório”

Já o serviçal PPS, segundo uma notinha do jornal O Globo, “desistiu do alinhamento automático ao PSDB e ao DEM. Essa era a vontade de seu presidente, Roberto Freire. Mas foram liberadas as alianças com os partidos governistas. O partido concluiu que isso comprometia a reeleição de oito de seus 23 deputados federais”. Em vários estados, candidatos da oposição de direita devem confeccionar materiais de campanha sem citar o nome e o número do presidenciável do PSDB.

Diante da popularidade recorde do presidente Lula e do robusto crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas, parece que alguns tucanos, demos e outras tranqueiras resolveram se distanciar do contagioso José Serra. “É sempre bom lembrar que ninguém é obrigado a acompanhar velório”, resume o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Não é preciso combater à sombra

Mino Carta


Que alívio, o exército persa, perdão, a mídia nativa insiste em atirar fora do alvo


Pergunto aos meus aloprados botões por que o candidato tucano José Serra não sobe nas pesquisas a despeito de todos os esforços despendidos a seu favor pela mídia nativa e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No caso de FHC, refiro-me às informações de fonte respeitável, segundo as quais o príncipe dos sociólogos confessa ao pé de ouvidos tucanos o fracasso do seu empenho, maciço e infatigável, em prol do amigo de sempre. Amigo? Quanto à mídia, de que lado fica está na cara. E com que denodo, com que paixão.

Saiu na quarta-feira 23 a pesquisa CNI-Ibope e os números mostram que quem cresce é Dilma Rousseff. Acima do chamado empate técnico. Tivessem braços, os botões os abririam a 180 graus. Até tocar o firmamento. A manifestar todo o seu espanto. Disponho de botões muito sensíveis, bem mais do que eu, de sorte que, diante da minha expressão incolor, abalam-se a me submeter a um teste. O seguinte, que me apresso a repassar aos leitores.

Quem elaborou as perguntas abaixo e as dirigiu a quem? Primeira pergunta: “Por que para a democracia é positivo experimentar uma alternância de poder, depois de ficar oito anos na oposição?” Segunda pergunta: “Como o senhor conseguiu governar seu estado sem nunca sofrer derrota na Assembleia local e sem lançar mão de propinas e outras formas de coerção sobre deputados estaduais?”

Formuladas por quem? A) Veja; B) Time Magazine; C) Herald Tribune.

Dirigidas a quem? A) Franklin Delano Roosevelt; B) Ronald Reagan; C) José Serra.

Fiquei sem resposta. Eles gargalharam, como certos cães os meus botões conseguem rir. Com bons motivos. Haviam manipulado as perguntas para provocar minha dúvida e bondosamente esclareceram: a primeira pergunta fez referência explícita ao governo Lula. A segunda acrescenta a Prefeitura de São Paulo às conquistas do candidato tucano e fala em “mensalões”. Daí ficou fácil. Trata-se de perguntas feitas por Veja a Serra para uma entrevista das célebres páginas amarelas, publicada na edição datada de 23 de junho.

Primor de jornalismo engajado. Partidário. E também hipócrita. Como é do conhecimento do mundo mineral, a rapaziada alega independência, equidistância, isenção. Comovedor, neste sentido, o editorial do Estadão de 22 de junho, intitulado “A confissão do chanceler”. Cuida-se ali de malhar Lula e seu ministro Celso Amorim por terem saído para a mediação com o Irã, incentivados a tanto pelo próprio presidente Obama.

Extraordinário o rumo tomado pelo texto do jornal, a circum-navegar a lógica. Concorda com Amorim, segundo quem Brasília levou uma rasteira de Wash-ington, pois Obama, um mês antes da tentativa turco-brasileira em carta dirigida a Lula, diz textualmente que um acordo com Teerã “representaria uma oportunidade clara e tangível de começar a construir uma confiança mútua”.

Apesar do incentivo do presidente americano, reconhece o editorial, nos EUA “a linha-dura personificada por Hillary Clinton prevaleceu sobre os moderados da Casa Branca”. E então, onde fica a confissão do chanceler? Chegamos à conclusão de que vingou mais uma vez a prepotência do mais forte e que Obama enredou-se em um jogo indigesto, além da conta para ele mesmo. De todo modo, ainda neste caso, que jornalismo é este? Talvez valha como exercício de humorismo.

Às vezes me imaginei entre os 300 das Termópilas, a esperar no desfiladeiro pela investida fatal do exército persa. Parece-me agora que a história começa a ser escrita de forma oposta. Já me permiti comentar neste espaço o crescente fracasso dos persas, digo, da mídia nativa. Ficou claro em 2002, e mais ainda em 2006, que ela atira fora do alvo. A maioria a ignora e este é sinal peremptório de tempos diferentes. A habitual ofensiva contra o governo Lula, destinada agora a abalar a candidatura Dilma, atinge a obsessão e, frequentemente, beira o ridículo.

A oposição e a democracia de massa

Coluna Econômica - 28/06/2010


A divulgação da última pesquisa do IBOPE mostra a candidata Dilma Rousseff a dois pontos da vitória no primeiro turno – se se levar em conta seu percentual de votos sobre o total de votos válidos. Há outros pontos sustentando seu favoritismo: empatou com José Serra no voto feminino; passou-o no sudeste. E ainda conta com 25% do eleitorado que ainda não sabe que ela é a candidata de Lula.

O grande desafio, daqui para frente, será preservar as bases do que poderá ser a oposição ao provável futuro governo Dilma.

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Para a oposição, o ponto central será entender a nova dinâmica social e política brasileira. Por não entender os novos tempos, o Partido Democrata norte-americano perdeu o bonde das eleições da Guerra da Secessão até a eleição de Franklin Delano Roosevelt, nos anos 30.

Infelizmente para o PSDB, a era Fernando Henrique Cardoso deixou marcas. Embora sociólogo, de uma família de construtores da pátria, nem ele nem José Serra souberam interpretar adequadamente os novos tempos. Fernando Collor teve essa percepção – quando identificou o fenômeno dos "descamisados" – assim como Lula. FHC passou ao largo.

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O processo é bastante similar ao que chacoalhou os Estados Unidos no século 19. As mudanças decorrem da inclusão das massas pobres ao mercado de consumo.

Primeiro, houve um processo de industrialização na costa norte do país, que ganhou impulso a partir da década de 1820. Quando essa região ganhou musculatura, havia a necessidade de ampliar o mercado. Esse movimento impulsionou presidentes a ampliarem programas de integração social.

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Em 1828 foi eleito Andrew Jackson, herói de guerra, o primeiro a perceber a nova democracia de massas que se desenhava. Apresenta-se como homem comum, usa um linguajar bem simples, abre os portões da Casa Branca à população e passa a percepção de que um homem do povo poderia governar o país – embora fosse de posses e proprietário de escravos.

Foi um governo de altos e baixos. Liquidou com reservas indígenas, provocou uma recessão com seu rigor fiscal, mas passou a entender o país como fruto de um desenvolvimento integrado, de setores, classes sociais, da política e da diplomacia (em 1823 surge a Doutrina Monroe, que definia a área de influência dos EUA). O país só avançaria dentro de um pacto federativo, que permitisse juntar esforços da União, estados e municípios.

Assim como no Brasil de hoje, a sociedade civil organizada exerceu um papel fundamental na consolidação do modelo norte-americano. Houve uma febre de associações civis, políticas, empresariais por todo o país, com os mais variados objetivos.

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Em cima dessas lições históricas, os princípios para uma oposição viável:

1. O desenvolvimento é um sistema integrado, atendendo a todas as partes. Mas não será viável nenhum projeto político que não contemple os excluídos, as novas classes sociais e o desenvolvimento regional. Se não entender a era da democracia de massa, dança.

2. Nesses processos de grandes mudanças, sempre haverá o choque entre a civilização (os que procuram uma transição pacífica) e a barbárie. O pior que poderia acontecer para o país seria a radicalização de qualquer lado. Nos EUA, levou à Guerra da Secessão, anos depois.

Luis Nassif on Line