sábado, 6 de novembro de 2010

Grupo Bertin ajudou o governo a tirar a usina Belo Monte do papel

O Grupo Bertin se tornou figura carimbada nas grandes licitações realizadas nos últimos meses no País. A maior delas - e mais polêmica - foi a da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, que terá capacidade para 11.233 megawatt (MW). Ao lado de outras empresas menores, o grupo ajudou o governo a tirar a usina (de mais de R$ 20 bilhões) do papel, depois que as grandes construtoras (Odebrecht e Camargo Corrêa) desistiram da disputa.
Antes dessa empreitada, no entanto, a companhia, por meio de sua subsidiária Cibe, teve problemas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Depois de arrematar 21 usinas termoelétricas, a empresa não conseguiu entregar todas as garantias exigidas no edital.


Embora tenha conseguido contornar a situação e manter a concessão das usinas, a empresa foi multada pela Aneel, mas recorreu da decisão. O processo continua em análise na agência reguladora há mais de um ano. O pedido de revogação das multas feito pela empresa já entrou na pauta de reunião semanal da Aneel várias vezes, mas até agora nada foi decidido.

Apesar dessa pendência, algumas termoelétricas da empresa foram enquadradas pelo Ministério de Minas e Energia no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi), que suspende o PIS-Pasep e a Cofins na compra de máquinas, equipamentos, materiais de construção e serviços, destinados a obras de infraestrutura. Além disso, a empresa recebeu R$ 240 milhões do FI-FGTS, criado com recursos do Fundo de Garantia para investir em transportes, energia e saneamento.

 A próxima aposta do grupo é o setor de ferrovias. Em parceria com um consórcio coreano, o Bertin estuda a possibilidade de disputar o maior projeto do País na atualidade: o Trem de Alta Velocidade (TAV), que custará, no mínimo, R$ 33 bilhões. Mas as ambições do grupo, que ficou conhecido internacionalmente pelas atividades no setor frigorífico, vão além da infraestrutura.

Há uma semana, a holding lançou no Salão do Automóvel, em São Paulo, um novo modelo de carro esportivo e aproveitou a ocasião para anunciar a construção de uma fábrica em Blumenau, em Santa Catarina. O investimento inicial será R$ 65 milhões e a unidade deverá entrar em operação em 2012. A produção começará com 50 unidades ao ano, com previsão de atingir 300 até 2017. / R.P., COLABOROU CLEIDE SILVA

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