domingo, 23 de maio de 2010

Mercadante e os tucanos - Parte III

Celso Marcondes

CC: Senador, o PSDB costuma dizer que foi o criador do programa Bolsa Família e hoje ninguém contesta o programa. Que avaliação o senhor faz dele hoje?


AM: O Bolsa Família é o projeto de maior alcance na distribuição de renda. Ele distribui mais renda que o próprio salário mínimo. E saiu uma pesquisa agora: os alunos do Bolsa Família têm uma assiduidade maior que os alunos da escola pública e um desempenho melhor que a média. A mesma coisa acontece no PROUNI. Portanto, os filhos da pobreza, quando têm oportunidade, eles crescem. A nossa obrigação é dar oportunidade. O Lula veio com uma agenda: salário mínimo, PROUNI, crédito consignado. O crédito consignado não existia, ele é o crédito popular. Com o PRONAF. nós quintuplicamos os recursos para a agricultura familiar. Na realidade, o Lula nunca esqueceu sua origem e ele governou para onde ele veio, inclusive na distribuição regional da renda. A renda do Nordeste aumentou. Projetos estruturantes, refinarias, portos, ferrovias, estaleiros sendo construídos e dando um salto de qualidade histórico no desenvolvimento sustentável do nordeste.



CC: Mas o PSDB, em São Paulo não deu prioridade à área social?

AM: Aqui em São Paulo, ele reduziu a verba, ele aprofundou o modelo neoliberal, que foi a marca desses 16 anos. Eles venderam o Banespa, venderam a Nossa Caixa, venderam quase todo o setor elétrico, venderam a empresa de distribuição de energia, privatizaram todo o setor ferroviário e não criaram nenhuma estrutura que pudesse cumprir o papel do que restou ao estado federal, como nós fizemos com os bancos e mostramos que é possível administrar com competência e eficiência.



Se você lê o discurso do meu adversário no lançamento da candidatura sábado passado, não há uma única menção aos principais problemas estruturais do estado de São Paulo. Nem lembra o fato do congestionamento no trânsito, as pessoas estão perdendo 2h43 no transporte, na capital, de acordo com pesquisa do IBOPE. Essa é a média diária, mas tem gente que perde mais do que isso. O que dá em dias úteis, tirando os finais de semana, 35 dias perdidos no trânsito, as pessoas estão deixando o mês de férias todo parado no trânsito, sem estar com a família e sem receber por isso. Na hora do rush, no período da tarde, no pico, nós estamos andando a 15 quilômetros por hora, a velocidade de uma galinha. Além da cidade não andar, eles não investiram em transporte público. Não fizeram um projeto para o interior, abandonaram a FEPASA, o trem bala Campinas - São Paulo - São José dos Campos, que eu estou defendendo desde a outra campanha, que é um projeto estruturante, mas que agora eu acho que sai, com o apoio do governo federal. Foi um projeto que o governo de São Paulo nunca priorizou. Os trens rápidos, para vir de Ribeirão Preto, Sorocaba, como todas as grandes cidades, todos estados modernos do mundo têm e São Paulo nada. O Brasil é a nona economia do mundo, caminha para ser a sétima nos próximos dois anos. Se você tirar São Paulo, o Brasil cai para a 18ª economia, se fôssemos um país, seríamos o terceiro país da América do Sul. Não tem sentido você não ter investimento em transporte de massa. O metrô, na Estação da Sé, tem 720 mil passageiros/dia é a mais congestionada do planeta. A Linha Vermelha, que tem um milhão de passageiros, tem 10 passageiros por metro quadrado e as pessoas têm que esperar três, quatro, cinco composições para embarcar e, às vezes, não conseguem desembarcar em algumas estações, como é o caso da Sé. Está um colapso o sistema

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