sábado, 29 de maio de 2010

O fim dos tempos e a política do gueto

por Luiz Carlos Azenha


O fim do século 20 e o início do século 21 serão lembrados, dentro de algumas décadas, como um período de grandes transformações. Melhor não atribuí-las a este ou aquele movimento, este ou aquele partido, esta ou aquela ideia. Até porque, diriam os marxistas, movimentos, partidos e ideias ao mesmo tempo são resultado de e influenciam processos de transformação econômica.

O grande transformador do fim do século 20 foi o processo de urbanização acelerado na Ásia, África e América Latina, com a incorporação de milhões ao trabalho assalariado. Para o bem e para o mal, provocou o rompimento de padrões centralizadores de comando e decisão — tanto dentro das famílias quanto das comunidades. A educação deixou de ser um privilégio para se converter em um direito, ainda que não garantido em vastas porções do planeta. O capitalismo precisou da mão-de-obra feminina e logo providenciamos o “feminismo” para justificar a dupla jornada de trabalho das mulheres, que continuam ganhando menos que os homens pelas mesmas tarefas. À precarização recente das condições de trabalho chamamos de “modernidade” ou “ganhos de produtividade”.

Além disso, na segunda metade do século vinte ganhou impulso a migração mundial, que existe desde sempre mas na era do jato pôde ser usada como fator regulador de salários. Em 2005, estima-se, quase 200 milhões de pessoas viviam fora de seus paises de origem, provocando impactos de curto, médio e longo prazos, como a projeção de que os brancos serão em breve minoria nos Estados Unidos.

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