domingo, 23 de maio de 2010

O chapéu que não é do Panamá

Durante a passagem pelo litoral equatoriano, os expedicionários da Rota Inca puderam conhecer a história e produção dos chamados “sombreros de paja de toquilla”, conhecidos como chapéus-Panamá. Apesar do nome, a produção é tipicamente equatoriana e remonta a tempos imemoriais.


Visitando a província de Manabí, os jovens visitaram a cidade de Montecristi, importante centro de produção, e o Museu do Banco Central em Puerto Viejo, capital da província, que conta um pouco sobre esse tipo de sombreiro típico da região. Até hoje a produção segue sendo totalmente artesanal e o processo de elaboração é passado adiante dentro das famílias. Produz-se o chapéu com uma planta típica equatoriana, sobretudo na região costeira. Quanto mais fina a palha, maior é a qualidade e preço do sombreiro, podendo ir desde dez dólares a centenas ou até milhares de dólares.

Restos arqueológicos remontam ao uso de chapéu na região desde os tempos dos indígenas ancestrais. De um artefato tradicional viraria produto para exportação durante a construção do Canal do Panamá, no início do século 20, depois que o presidente estadunidense Theodore Roosevelt visitou o país utilizando esse artefato, que se popularizou ali e ganhou o enganoso nome com que é chamado hoje.

Outra importante figura que aparece nessa história é o equatoriano Eloy Alfaro. Ele herdou uma fábrica e foi um dos principais exportadores do produto nessa época. Suas divisas ajudaram no financiamento da revolução liberal equatoriana, na qual Alfaro foi o grande líder. Ele foi presidente do país por mais de dez anos e é considerado um herói nacional. Hoje a produção artesanal do sombreiro para exportação é uma importante fonte de renda para muitas famílias em diferentes províncias do Equador.

Carta Capital

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