quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Veja" lança o seu peculiar olhar sobre a Bolívia

"Veja" não suporta essa imagem: a revista segue à direita de Gêngis Khan
 A revista (?) "Veja" segue sua saga de desqualificação de qualquer iniciativa contrária à ordem capitalista. Na penúltima edição, o ataque partiu do "departamento de relações internacionais" da revista e o alvo foi a progressista Bolívia de Evo Morales.
As acusações vão desde o questionamento da identidade étnica do presidente até da própria existência de indígenas na Bolívia – para o autor, somente 17% da população é indígena. O texto é exemplar da escola de “jornalismo” da "Veja" e um prato cheio e fácil para críticas.
Reproduzimos, a seguir, o texto do jornal Brasil de Fato desmentindo os dados apresentados pela revista e mostrando a verdadeira Bolívia.
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A Bolívia que só a Veja não vê
Por Caroline Cotta de Mello Freitas e Vinicius Mansur
Publicada na edição 2164 da revista Veja, de 12 de maio deste ano, a matéria “A farsa da nação indígena”, referindo-se à Bolívia, traz uma série de equívocos e de fatos descontextualizados que, juntos, dão forma a um texto totalmente preconceituoso com o país e com o processo político por ele vivido atualmente.
 Apesar do repórter Duda Teixeira assinar o texto de La Paz, é difícil crer que um jornalista esteve nesta cidade e, ainda assim, intitulou sua peça jornalística tal qual foi publicada. Só não percebe os traços indígenas da maioria da população quem passou por aqui e não olhou a cara das pessoas. Quem caminhou pelas ruas de ouvidos tapados ignorando os “aymara e quechua-hablantes”. Quem não se permitiu aos olores, não provou da comida, não buscou saber da música, não buscou na literatura, enfim, quem censurou todos os sentidos e quase todas suas formas de reprodução. De tal maneira que desatar tantos devaneios travestidos de jornalismo nos consumiria o espaço de toda uma edição da revista. Mas vamos a alguns pontos. 
Alguns dirão que La Paz não é a Bolívia e, de fato, a Bolívia é muito mais diversa, para se ter uma idéia são 36 povos indígenas no país, além de afrobolivianos, grupos descendentes de imigrantes e muitos mestiços. O autor do artigo pode alegar que a dita farsa não é obra do povo boliviano, senão dos líderes do “processo de cambio”. Porém, a própria matéria cita que a nova Constituição – resultado de uma Assembléia Constituinte, posteriormente aprovada em referendo popular durante a primeira gestão de Evo Morales – considera a Bolívia um Estado Plurinacional. Afinal, onde está a farsa? 
De maneira oportunista, o texto segue manipulando informações sem critério para criticar as medidas de orientação indigenista do governo, porém utiliza os argumentos de outros indigenistas quando estes sustentam críticas ao poder executivo, transformando a matéria em um malabarismo argumentativo que, ao final, caricaturiza toda expressão indígena e reduz a diversidade e as possibilidades políticas que se apresentam dentro do processo de mudanças. 

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fonte:Escrevinhador

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